domingo, 1 de março de 2009

Cura da alma cura interior cura das emoções cura da memoria cura dos traumas

Cura interior
Autor : Artigo enviado por email. Publicado em : Quinta, 09/08/2007


1. HISTÓRICO

A “vida abundante” que Jesus ofereceu aos seus seguidores tem sido o objetivo dos mais dedicados cristãos em todas as épocas. Esta prometida abundância tem sido usualmente entendida como harmonia interna e liberdade espiritual, mais do que abundância material - por razões óbvias. A busca por tal liberdade interior tem aparecido sob os mais diversos nomes.


2. O QUE É CURA INTERIOR?

O fenômeno conhecido como cura interior tem dois objetivos. O seu objetivo primário e espiritual é estender o senhorio e poder de cura de Cristo ao nosso passado, afetando mesmo a nossa experiência antes da conversão. O objetivo secundário e psicológico é portanto nos libertar de qualquer cativeiro emocional e psicológico que a nossa experiência passada possa ter produzido. Os teóricos da cura interior defendem que os bloqueios emocionais e os padrões habituais de comportamento (com os seus frutos negativos de frustração, derrota e fraca auto-imagem) nos impedem de atingir a vida abundante que Jesus prometeu. Portanto, eles concluem que, um esforço especial deve ser feito para curar estas feridas interiores, de forma que possamos ser libertos das diversas coisas que podem constringir e empobrecer as nossas vidas. Em resumo, o objetivo geral da cura interior pode ser descrito como uma espécie de “santificação retroativa”.


O propósito geral do movimento de cura interior é claramente de natureza pastoral. Desta forma, ele defende que a “cura das memórias” normalmente ocorra num aconselhamento de base individual, ou em pequenos grupos. Considera-se essencial que os dons do Espírito Santo estejam em operação, particularmente os dons de discernimento e cura. Ao indivíduo que está buscando sua cura será pedido que reviva seu passado através da imaginação. Isto geralmente envolve um “retorno” ao ponto-problema - um encontro traumático ou assustador que moldou a auto-imagem e o comportamento da pessoa e também porque este ponto se alojou em camadas profundas de sua psique. À medida em que o “paciente” imaginativamente recria o ponto-problema, com toda sua intensidade emocional, eles dizem ao paciente para imaginar que Jesus está lá (naquela situação). Presume-se que a presença imaginativa de Jesus traga Seu amor e poder de cura para relacionamentos perturbados com os pais e companheiros, os quais são muito poderosos para que o indivíduo dê conta dos mesmos sozinho.


O que devemos fazer com estes fundamentos, teorias e técnicas que os acompanham? Na verdade, o que devemos fazer com os “ministros e ministérios da cura interior”? A época em que vivemos, com sua orientação voltada para o experiencial, tende a gerar um entusiasmo desqualificado por experiências de cura interior dentro de alguns setores da comunidade cristã. Infelizmente, esta mesma tendência tem efeito oposto em outros cristãos, que vêem como muito suspeitas tais experiências e a fascinação acrítica despertada por elas. Na maioria dos casos, não existe uma única resposta simples. A época em que vivemos é caracterizada pela crescente complexidade da vida em todos os níveis - econômico, material, moral e intelectual. À medida em que novas e antigas idéias se proliferam, elas influenciam o pensamento cristão de várias formas. Algumas têm mais validade que outras; muitas são completamente inaceitáveis. Nós devemos estar preparados para encarar conceitos não-familiares e pacientemente e em oração desvendar tanto as suas fontes bem como a suas implicações. Este processo pode ser frustrante e cansativo, mas sua necessidade é cada vez mais crescente.



Dentro disto, nós podemos comentar que a cura interior é um fenômeno complexo e altamente variável. Não é possível nem endossá-la, nem condená-la cegamente. É possível, entretanto, identificar e avaliar aqueles elementos que influenciam as teorias e as terapias dos que praticam a cura interior.

“Nossa vida interior é uma parte crítica de nossa identidade pessoal, e portanto a necessidade para a cura das emoções e memórias sempre fez parte da nossa condição humana.”



3. REDIMINDO A PESSOA INTEGRAL


A queda da humanidade (Gn.3) introduziu o princípio da morte e decadência em todos os níveis da existência humana. O veneno do pecado perpassa cada poro do nosso ser. Em seu sofrimento e ressurreição, Cristo venceu a morte - não somente fisicamente, mas de todas as formas em que somos afetados por ela. Nossa vida interior é uma parte crítica de nossa identidade pessoal, e portanto a necessidade para a cura das emoções e memórias sempre fez parte da nossa condição humana. O ensinamento e ministério de Jesus reconheceram implicitamente esta necessidade, bem como o fez o alcance da igreja primitiva. Jesus mesmo falou freqüentemente sobre “o coração” (isto é, “a sede oculta da vida emocional”) como fonte de pensamento e ação. Ele também citou a profecia messiânica de Isaías 61, declarando seu propósito de “restaurar o coração partido” (Lc. 4:18). O apóstolo Paulo falou repetidamente sobre a renovação da mente no Espírito Santo (Rm. 12:2; Ef. 4:23).



O encontro na estrada de Emaús (Lc. 24) pode ser visto (entre outras coisas) como uma forma de “cura das memórias”. Se nós tomarmos este incidente como um protótipo para o exercício válido desta forma de ministério, vários critérios podem ser vistos. Se esta forma de cura tem sustentação bíblica, ela não se referirá primariamente às cicatrizes emocionais e traumas psicológicos da infância. Muito mais, ela tomará uma perspectiva mais ampla, lidando radicalmente com todas as forças da ansiedade, medo e incredulidade que produzem pensamento e comportamento anti-bíblico. O ponto central da cura interior nesta perspectiva mais ampla é a morte sacrificial de Jesus e sua vitória através da ressurreição sobre o pecado e a morte, exatamente como aconteceu na estrada de Emaús. Deste ponto-de-vista, a cura interior é muito menos um fim em si mesma e muito mais um passo preliminar que capacita o cristão a conseguir a libertação (Gl. 5:1) e a maturidade espiritual, deixando de lado a forma egoísta e infantil de viver (I Co. 13:11-12).



Os discípulos, apóstolos e crentes do primeiro século conheciam o Cristo crucificado e ressurreto como Senhor de toda a história - cósmica (Cl. 1:15-23), racial (Ef. 2:11-20) e pessoal (Hb. 9:14). À medida em que eles seguiam Seu exemplo e a promessa de Sua eterna presença, eles eram libertos (e libertavam outros) do pecado, da doença física e psicológica e dos problemas emocionais, bem como do medo da morte e da falta de esperança que ela produz. Foi-lhes dada radicalmente uma nova base para a auto-estima, a qual não está baseada na mentira, ira ou outras formas de auto-afirmação. Esta nova base desafiou tanto a religião farisaica como sensualidade desenfreada.





4. A PSICOLOGIA DA PESSOA INTEGRAL

Existe comunhão entre psicologia e o Cristianismo? Esta questão, em seu sentido mais amplo, escapa do objetivo da nossa aula. Entretanto, o assunto é pertinente, desde que muito da “cura interior” está baseada em visão secular de como a nossa personalidade é formada e influenciada.

Muitos elementos da psicologia secular, entretanto, são mais ambíguos; alguns são frontalmente contrários ao pensamento bíblico. Sigmund Freud é a maior fonte de tendência a se enfatizar o trauma infantil. Carl Jung foi seu aluno e colega que se envolveu superficialmente com ocultismo. Sua abordagem sistemática à compreensão da natureza da mente inconsciente se tornou influente nos anos 60 e 70. Muito dos conceitos de Jung têm sido empregados num modelo “carismático” por pessoas como John Sanford e Morton Kelsey. Portanto, Freud e Jung (para não mencionar outros) indiretamente ajudaram a delinear muitas das pressuposições do movimento de cura interior. Além do mais, algumas das técnicas utilizadas para resgatar memórias têm sido tomadas de empréstimos de terapias seculares.

“Alguns praticantes da cura interior...não somente têm adotado um sub-modelo da natureza humana; eles têm permitido que os próprios modelos se tornem parâmetros de interpretação da Bíblia.”


5. ALGUNS PARÂMETROS PARA O DISCERNIMENTO

À medida em que consideramos estes fundamentos, teorias e técnicas, e tentamos pesar suas implicações, nós devemos ter me mente alguns fatores críticos. A cura do “interior do homem” é uma premissa biblicamente demonstrável. Por esta razão, nós precisamos abordar alguma idéias e métodos sobre cura interior com cautela. A admoestação de Jesus a seus discípulos de que fossem “prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” (Mt. 10:16) nos colocará numa posição bem firme para que sejamos capazes de identificar as influências sub-cristãs sem sermos influenciadas por elas.


A ênfase exagerada numa certa técnica na vida espiritual facilmente se torna uma tentativa de manipulação psíquica, um esforço de produzir uma experiência ou um encontro com Deus. Não há nada de intrinsecamente errado em se utilizar a imaginação na oração, mas a dependência de invocação imaginativa de imagens religiosas pode se tornar insana. O uso do termo “visualização de fé” não batiza semanticamente tais práticas. Os produtos da imaginação podem também ser convenientemente trazidos para o campo do desejo e do ego, enquanto que o Cristo vivo não pode. Uma ênfase extremada na confissão verbalizada pelo crente no movimento da “palavra da fé” é outro ensino aberrante o qual, sutilmente, se torna uma espécie de ocultismo. Nestas formas exageradas, a visualização da fé cria um “video-interior de Jesus”, o qual pode ser manipulado para quase qualquer sentido.

Da mesma forma, devemos estar atentos para os modelos psicológicos que se baseiam em visões anti-bíblicas da natureza humana. É também necessário identificar e rejeitar tecnologias terapêuticas que são utilizadas para sustentar tais modelos. Alguns praticantes de cura interior, infelizmente, não somente têm adotado um sub-modelo da natureza humana; eles têm permitido que os próprios modelos se tornem parâmetros de interpretação da Bíblia. Tais práticas se situam entre a aberração e a apostasia.



Como já dissemos, existem ligações demonstráveis entre tais técnicas como a “visualização da fé” ou a “confissão positiva” e algumas formas de pensamento do ocultismo e da Nova Era. Os esforços de se voltar para o interior para encontrar a globalidade, pode levar-nos à “dimensão divina interna” do misticismo Neoplatônico ou aos “arquétipos” do inconsciente coletivo de Jung. Em ambos os casos, bem como num grande número de casos similares, o sujeito que busca termina ofuscado por um subjetivismo, o qual é racionalizado com termos originários da metafísica oriental e da psicologia humanística.



Neste ponto, uma mudança da verdade bíblica para especulações humanas se torna base para uma séria confusão sobre a natureza da cura e, mais importante, sobre a natureza do praticante da cura. Neste novo papel, Jesus, o Messias, se torna em parte o terapeuta primal e em parte um xamã primevo. Nesta situação, uma tentativa de se fazer uma avaliação racional ou bíblica é negativamente rotulada como um “falta de fé”, “apagar o Espírito” ou “bloquear o fluxo”; pode mesmo ser desprezada como uma “viseira”.

“A postura bíblica sobre a nossa natureza é, com certeza, uma avaliação verdadeira e mais confiável do que a feita por nossos medos, iras e memórias...”



6. UMA QUESTÃO DE PRIORIDADES

É razoável assumir que os problemas psicológicos e emocionais a que a igreja primitiva se referia eram tão complexos como os de hoje. Nós também vamos assumir que as soluções que ela aplicava são tão funcionais para hoje como eram no primeiro século. Não havia nenhuma necessidade de se renunciar à visão escriturística da condição humana ou de Jesus Cristo, a fim de fazerem estas soluções funcionarem. A imposição de mãos, a unção com óleo, a confissão mútua e a meditação direcionada eram alguns dos métodos empregados para produzir ambos, a cura interna e a cura externa. Os apóstolos foram estranhamente silenciosos, entretanto, sobre qualquer necessidade de reviver experiências relacionadas com a infância, ou sobre a prática de esfaquear o pai na imaginação, como alguns praticantes de cura interior têm aconselhado aos seus clientes.


Com certeza, há abundantes benefícios psicológicos em se colocar Jesus como o centro radical de nossas vidas e afetos - mesmo acima e além de nossos laços familiares. Nós também somos chamados, entretanto, a meditar sobre coisas que estão acima e, de alguma forma é bom que se diga, que não estão nutrindo ressentimentos ou usando a nossa liberdade como desculpa para o mal (Ef. 4:26; I Pe. 2:16; Gl. 5:1). Existe uma considerável distância entre confessar a presença de um desejo negativo e dramaticamente realizá-lo - mesmo que na fantasia.



Nós devemos evitar confundir o sagrado com a saúde. A cura da psique e emoções pode ser uma importante parte do nosso crescimento em direção à espiritualidade. Entretanto, ela não deve ser superestimada em detrimento de outros aspectos da santidade, nem deve se tornar um substituto deles . Nós devemos nos guardar da idéia de que os cristãos estão isentos de toda sorte de enfermidades, doenças e tentações e que, qualquer ocorrência deste tipo seja um ponto negativo em nossa condição espiritual. Por outro lado, é importante não perder de vista as variadas maneiras pelas quais Deus provê libertação de coisas que nos impediriam viver plenamente em Cristo.


7. AS MARCAS DA INTEGRIDADE ESPIRITUAL

Cura espiritual pode ser considerada como tendo base bíblica. Se assim for, ela deve ser reconhecida como uma parte integral de nossa vida cristã. Três principais pontos nos ajudarão a discernir a consonância bíblica de cada forma em particular, de cura interior. Todos os três pontos são vitais para um entendimento equilibrado e seria desaconselhável isolar ou superestimar qualquer um destes elementos.

Primeiro: A cura espiritual deve tocar o problema na sua fonte. O indivíduo deve ser liberto da prisão de uma memória em particular e do falso significado atribuído a ela. As feridas emocionais causadas pelo incidente que forçou a repressão de sua memória deve ser curada. Paulo fala de Deus como o Pai da compaixão (I Co. 1:3-4) e também enfatiza que a provisão do sangue de Cristo é um aspecto da Sua perfeita sabedoria (Ef. 1:7-8). De fato, é a “contínua aspersão do Seu sangue” que guarda o coração e a consciência das “palavras mortas” (Hb. 9:14; 10:22) e nos liberta do cativeiro emocional destas palavras a fim de que possamos servir ao Deus vivo.


Segundo: A cura interior deve quebrar padrões de respostas habituais e comportamentos que foram gerados em reação a um trauma inicial. A pessoa que está sendo curada deve cooperar ativamente neste processo, ao invés de reagir passivamente à instruções e manipulações do que ministra a cura interior. Toda redenção envolve o fazer escolhas e o exercício da nossa vontade. Uma vez que fomos convocados ao arrependimento e renovação, somos também chamados a abandonar velhas formas de responder às pessoas e circunstâncias (Cl. 3:12-17; I Pe 2:1-3). Nós devemos portanto aprender novas atitudes e formas de lidar com estas situações (Ef. 4:22-24; I Pe. 1:5-9).



Terceiro: A cura interior deve produzir mudanças pessoais que sejam compatíveis com a revelação das Escrituras, do nosso novo ego (eu) em Cristo. Isto deve estar combinado com uma ênfase na confiança do que Deus nos diz sobre nós mesmos, mais do que nossos sentimentos podem dizer. A postura bíblica sobre a nossa natureza é, com certeza, uma avaliação verdadeira e mais confiável do que a feita por nossos medos, iras e memórias, sem mencionar as acusações do Adversário (Rm. 8:1-2). A cura interior deve nos ajudar a sermos reeducados (através da palavra de Deus) acerca de quem somos em Cristo. Uma vez que entendemos como Deus nos vê, bem como a provisão que Ele fez para o nosso crescimento, nós começaremos a desenvolver uma auto-estima que corresponde precisamente à nossa confiança na justiça de Cristo, mais do que em nossa própria (Rm. 12:3).


Nós não temos que abandonar o ponto-de-vista bíblico ou o compromisso com o senhorio de Cristo a fim de podermos nos beneficiar da cura interior. De fato, se tal necessidade for expressa ou se está implícita, é aconselhável reconsiderar a validade dos fundamentos que têm sido colocados.


Jesus mesmo reconheceu o dilema fundamental da humanidade, bem como suas secundárias implicações emocionais e psicológicas. Ele reconheceu o problema de se atingir auto-estima diante em ambiente hostil e uma consciência igualmente hostil que foi imperfeitamente moldada por influências imperfeitas durante os anos de formação da pessoa. A consciência ainda não-redimida se torna um entrave na condição psicológica, o qual inevitavelmente produz sua própria dissolução (Rm. 8:6). Jesus sugeriu ao homem que a vida entregue a Ele e o fato de seguirmos seu exemplo - mesmo a sua morte como mártir - é uma carga mais fácil de ser suportada do que se lutarmos com as nossas próprias forças. (Mt. 11:28-30).

Enviado por Nelson Galvão



Este artigo foi enviado por email. Depois avaliado pelo CACP e aprovado para publicação. Lembrando que cada autor é responsável pelo seu artigo. Os artigos não expressam necessariamente a opinião do CACP.



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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Medicina confirma que a fé faz bem à saúde

Médicos e pesquisadores estão cada vez mais convencidos de que a religiosidade faz bem à saúde.

Foi no ambiente monocrômico de um ambulatório médico que o comerciante Cleber Claudinei, de 37 anos, recebeu a dura notícia: sua mulher, Sílvia, 33, internada às pressas com suspeita de apendicite tinha, na verdade, um tumor cancerígeno de 10 centímetros de diâmetro alojado no abdômen. Pior – a doença já entrara na fase de metástase, com comprometimento de fígado e intestino. De modo geral, diagnósticos assim equivalem a uma sentença de morte, cujo cumprimento é apenas questão de tempo. Evangélico, Cleber preferiu apegar-se à sua fé. Ele pediu aos irmãos da Igreja Internacional da Graça de Deus da zona leste de São Paulo, que o casal freqüenta, para que começassem a orar pela cura da companheira. Não por acaso, a denominação dá forte ênfase à contemporaneidade de sinais e milagres como os relatados na Bíblia, sobretudo a cura divina.
Imediatamente, iniciou-se uma campanha de intercessão. Silvia foi internada, e no dia seguinte, diante de seu leito, um grupo de crentes fez um breve culto, rogando a Deus por sua restauração. Logo em seguida, a paciente passou por um exame mais acurado, através de tomografia computadorizada. Nenhuma lesão foi encontrada. “Eu glorifiquei o nome do Senhor”, exulta Claudinei. No entanto, mesmo diante dos dois exames – o primeiro, revelando a existência do tumor, e o segundo, demonstrando que ele sumira –, o médico preferiu operá-la. “Ele continuou sem acreditar e quis fazer a biópsia de um fragmento do meu fígado”, conta Silvia. “Precisei ficar no hospital por mais de dez dias”. Segundo ela, o médico se convenceu de que não havia nada em seu organismo, e embora não tenha usado a expressão “milagre” em nenhum momento, disse não entender como uma paciente internada com diagnóstico de câncer pode ter ficado sã sem qualquer tipo de tratamento.
Histórias como as de Silvia pipocam nas igrejas evangélicas todos os dias. O enredo costuma ser o mesmo: uma doença incurável, médicos céticos e um final feliz, atribuído à ação divina. Mas, se crentes e agnósticos sempre se bateram em torno da questão, de uns tempos para cá tanto profissionais de saúde como os mais empedernidos pesquisadores têm concordado em um aspecto: ainda que, para a ciência, não haja qualquer base científica para dizer que Deus cura doentes, já está comprovado que a crença religiosa – qualquer crença, diga-se – é capaz de promover a melhora da saúde. Para se ter uma idéia, do ano 2000 para cá, nada menos que 2,7 mil estudos relacionando a espiritualidade à saúde já foram realizados, a maioria deles nos Estados Unidos. E isso, justamente numa época em que, acreditava-se, o avanço da ciência soterraria a religiosidade.
Na prestigiada faculdade de medicina da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, funciona o Centro para Espiritualidade, Teologia e Saúde, dirigido pelo médico psiquiatra Harold G. Koenig. Fundador e dirigente do núcleo de pesquisas da instituição, Koenig começou a investigar a ligação entre espiritualidade e saúde no início dos anos 1980. Desde então, já descobriu, por exemplo, que quem ora todos os dias e freqüenta cerimônias religiosas semanalmente tem um sistema imunológico mais resistente, sofre menos com hipertensão e outras moléstias e, mesmo se hospitalizado, tolera melhor os tratamentos e apresenta respostas mais rápidas às terapias do que as pessoas sem religião. Estudos do gênero têm sido publicados sistematicamente em publicações especializadas internacionais, como as revistas Nature, Science ou Lancet. “Quando você tem pacientes que lhe dizem como sua fé faz diferença em suas vidas ou que estão vivas graças a ela, é difícil argumentar intelectualmente”, diz Koenig.

Interesse acadêmico – Cada vez mais, essa intrigante relação entre a espiritualidade e a saúde física tem saído do terreno da especulação para ocupar o centro de um debate acadêmico. No Brasil, o tema também atrai atenção. Nos últimos anos, diversos estudos realizados aqui dão conta dos efeitos profiláticos e terapêuticos desse santo remédio que é a fé. Um deles foi desenvolvido conjuntamente pela Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp, e a Universidade Católica de Pelotas (RS). A pesquisa investigou a relação entre bem-estar espiritual e distúrbios psiquiátricos e concluiu que, quanto maior a prática religiosa, melhor é a saúde mental do indivíduo.
O levantamento abordou os hábitos religiosos e o estado de saúde de 464 pessoas, e, a partir das análises dos resultados, os pesquisadores concluíram que existe estreita relação entre eles. “Indivíduos com bem-estar espiritual baixo apresentaram o dobro de chances de possuir transtornos psiquiátricos”, diz a pesquisa, lembrando que a literatura médica vem destacando as evidências de que a espiritualidade seria um fator de proteção do organismo. “Em pacientes idosos com câncer, esse bem-estar espiritual representou um fator de proteção, estando relacionado a atitudes positivas de combate à enfermidade”, enfatiza a pesquisa.
“Nossas pesquisas apontam que esta relação é, em sua maioria, saudável e que a fé faz bem ao paciente”, concorda Alexandre Moreira de Almeida, fundador do Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde (Nupes) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG). Um dos maiores pesquisadores brasileiros da área, Almeida obteve seu doutorado em psiquiatria orientado por outro expert no assunto, o evangélico Francisco Lotufo Neto, psiquiatra e coordenador do Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos, o Neper, da Universidade de São Paulo (USP). Moreira explica que, no Nupes, a proposta é estudar a histórica relação da medicina com a espiritualidade. “A comunidade médica está mais interessada neste tipo de pesquisa”, garante. Como exemplo, ele cita a publicação de um suplemento na revista Psiquiatria Clínica da USP. “É a primeira publicação, em língua portuguesa, de um material em uma revista cientifica que contemple as questões da espiritualidade e da saúde”, observa.
Para ele, outro exemplo deste interesse são os trabalhos de capelanias hospitalares, tipo de serviço em que os evangélicos se destacam. “Os profissionais médicos estão mais receptivos para entender a religião dos pacientes e trabalhar em conjunto com os religiosos no tratamento das doenças”, destaca. Entusiasta das recentes descobertas científicas que comprovam os benefícios na saúde das pessoas que vivenciam uma fé, o médico Franklin Santana Santos, orientador do curso de pós-graduação na Faculdade de Medicina da USP, investiga os efeitos neurobiológicos da fé. Sua especialidade, a geriatria, o coloca em contato constante com pacientes idosos, para quem a morte é uma perspectiva real. E, mesmo nessas condições extremas, o médico tem observado os efeitos terapêuticos da religião. Ele já propôs, por exemplo, terapias de intervenções espirituais. “São reuniões de leituras da Bíblia, de oração. Não podemos medir quanta fé tem a pessoa, mas podemos quantificar seu comportamento, sua freqüência à igreja, a quantidade de orações que faz e coisas nessa linha”.
Franklin reclama que sua linha de pesquisa é vista com certo preconceito entre os médicos brasileiros. “Muitos desconhecem as inúmeras associações positivas da espiritualidade e saúde. Outros consideram esse ramo como uma ciência de menor valor”, comenta. “Na verdade, a fé cura, mas é coadjuvante. O que as pesquisas demonstram é que a crença, associada ao tratamento médico, produz bons resultados. Mas eu nunca prescreveria somente o tratamento espiritual”, assegura o professor, que é adepto do espiritismo e ministra curso de tanatologia (educação para a morte) na Faculdade de Medicina da USP. O bem-estar geral do indivíduo é um dos resultados da devoção, segundo ele. “Uma pesquisa, realizada por professores de Campinas, demonstrou que os que oram pedindo perdão por seus pecados, por exemplo, conseguem controlar de forma melhor as pressões sofridas”.

Soberania de Deus – Presidente da Associação de Capelania Evangélica Hospitalar (ACEH), a capelã Eleny Vassão de Paula Aitken, ligada à Igreja Presbiteriana, tem prestado assistência espiritual a milhares de pacientes internados em seus 25 anos de trabalho. Já presenciou diversos casos de curas divinas – “Inclusive, de pacientes contaminados pelo vírus da Aids”, diz –, mas observa que, mesmo quando o milagre não acontece de maneira tão direta, a fé remove montanhas de problemas. “Os doentes que confiam em Deus encaram melhor o tempo de hospitalização, colaboram com os tratamentos prescritos e encontram sentido no sofrimento e na morte”, enumera. Eleny acrescenta que algumas pesquisas mostraram até mesmo que as pessoas religiosas sangram menos durantes cirurgias e recuperam-se em menos tempo em relação a pacientes com patologia semelhante.
“A fé melhora o estado clínico dos doentes”, faz coro o pastor Eudóxio Mendes dos Santos, capelão do Hospital Presbiteriano Doutor Gordon, em Rio Verde (GO). Em sua rotina de visitas diárias pelos 120 leitos do hospital, Santos tem confirmado a tese na prática. Crente convicto, ele não abre mão de orar pelos doentes – por isso mesmo, sempre tem um testemunho quentinho para contar, como o caso de uma moça de 14 anos, ocorrido poucos dias antes de o pastor atender a reportagem de CRISTIANISMO HOJE “Devido a um problema cardíaco grave, ela teve que seguir para um centro mais equipado, em Goiânia. Lá, o diagnóstico foi confirmado. Nós reunimos as igrejas e começamos a orar por ela”. De acordo com Santos, os médicos não encontraram no coração da menina, durante a cirurgia, nenhum dos danos revelados pelos exames.
O oncologista Célio Galante, presidente da União Nacional Evangélica da Saúde, já teve a satisfação de ver alguns de seus prognósticos mais sombrios caírem por terra. Ele atua no Serviço de Radioterapia da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte (MG), por onde passam muitos pacientes desenganados. O médico conta já ter vivenciado curas que, como profissional, nunca conseguiu explicar. “Eu mesmo fui curado de duas enfermidades, sendo que uma delas vinha comigo desde infância e perdurou até meus 48 anos de idade, obrigando-me ao uso constante de medicamentos”, conta. “Devemos orar pelos enfermos. A doença é uma ótima oportunidade para Deus agir com amor e poder na vida de uma pessoa”, prega.
Profissional experiente, com 36 anos de carreira, Galante diz que os piores momentos na vida do médico são quando seus esforços para curar um paciente não dão resultados. Pior ainda quando o profissional é crente em Jesus. “Essa situação nos traz certa frustração, pois sempre queremos que Deus aja conforme nossa vontade. Mas não podemos nos esquecer que o Senhor é soberano sobre todas as coisas”, sentencia.

“Cura plena” – Para o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Cristo, Wilson Bonfim, separar a vida profissional da espiritual é um erro, principalmente no caso dos profissionais da área médica. “A relação entre religião e saúde já foi demonstrada cientificamente”, afirma. Membro da Igreja Metodista na cidade do Rio de Janeiro, o cirurgião já presenciou curas inexplicáveis sob a ótica puramente orgânica. “Creio firmemente que Deus pode curar qualquer enfermidade”, frisa. Ele explica que, nos círculos médicos, episódios desse tipo são referidos como fruto do chamado “efeito placebo” – isto é, atribui-se a melhora do paciente a uma predisposição psicológica favorável, que acaba melhorando seu quadro. “Além disso”, acrescenta, “a legislação que nos rege impede que o médico declare que uma cura foi resultado de uma ação sobrenatural ou divina”, ressalva.
Ciente de suas responsabilidades, Bonfim diz que não aborda aspectos religiosos na sua relação com os clientes – a menos, é claro, que estes se mostrem dispostos a ouvir sua palavra. “Quando se dá espaço para a fé, mas sem se abrir mão do profissionalismo e da ética médica, os pacientes não ficam incomodados. Ao contrário, sentem-se melhor e mais confiantes”, afirma. Para ele, é preciso reencontrar o verdadeiro lugar da religiosidade na busca pela saúde. “A grande efervescência mundial pós-moderna que contra-atacou o cientificismo moderno iluminista pode ajudar nesse processo”, prevê. “Em especial, resgatar o papel da nossa fé cristã na cura plena”.
Bem mais prática é a abordagem com que a pedagoga Sheila Nunes, 41 anos, refere-se à cura pela fé. “Meus filhos estão aqui, como prova do milagre”, diz, apontando para Marcos Henrique, de 10 anos, Giovanni Lucca, 7, e o pequeno Guilherme Matheus, de apenas um ano de vida. Até os 30 anos de idade, ela era portadora de uma enfermidade ginecológica denominada ovário policístico, que a impedia de engravidar. Segundo os médicos, seria necessário submeter-se a um longo tratamento ou a uma operação. Nos dois casos, o sucesso era incerto.
Sheila virou habitué nos consultórios. Mas, ao mesmo tempo, iniciou uma batalha em oração. “Um dia, na igreja, meu pastor revelou que Deus estava curando mulheres com problemas nos ovários”, lembra comovida. Na consulta seguinte, ela viu o resultado de sua fé. “O ginecologista, surpreso, me perguntou sobre a operação que eu tinha feito. Expliquei que não tinha realizado nenhuma cirurgia, mas ele afirmou que havia uma cicatriz no meu útero e que os cistos não estavam mais lá”, conta Sheila, ao lado do marido Marcos de Palma Nunes e da prole. Para eles, assim como para outros milhões de crentes, não resta a menor dúvida de que a fé faz bem à saúde.


Os benefícios de se crer• Nas universidades de Iowa, Stanford e Duke, todas nos EUA, um levantamento incluindo dados de 42 pesquisas, com o total de 126 mil questionários respondidos, concluiu que quem freqüenta cultos e pratica uma religião vive, em média, 29% a mais do que as pessoas que não possuem nenhum tipo de fé
• Estudos da Academia Americana de Neurologia associaram “comportamentos religiosos” com uma progressão mais lenta nas doenças
• Pacientes portadores de vírus HIV e que mostraram um aumento na espiritualidade após o diagnóstico tiveram diminuição da carga viral – fator determinante no combate às infecções oportunistas – e uma evolução mais lenta dos malefícios associados à Aids
• Tratamentos que causam grande desconforto físico, como a quimioterapia e a radioterapia, são melhor tolerados por doentes que professam alguma fé religiosa
• Ao contrário do que se poderia imaginar, pacientes que crêem na possibilidade de cura sobrenatural costumam seguir com mais rigor a medicação prescrita
• De um modo geral, membros de comunidades religiosas costumam receber muitas visitas quando internados, o que melhora sua auto-estima e produz resultados benéficos à saúde
• O nível de estresse dos pacientes terminais é menor naqueles que acreditam na vida após a morte

(Colaborou Carlos Fernandes)

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A CURA DIVINA por Edimar Cordeiro

Por Rev. Dr. Edimar Cordeiro - Lic.C.R, Th.B, Th.M, D.D


ARTIGO DE FÉ: “Nós cremos na cura divina para o corpo. At.3:2-12; 9:32-43; 5:15-
16; Tg.5:14. Não condenamos a ciência médica”.

No Antigo Testamento, poucos são os casos de curas, embora nele encontra-se a
predição deste divino ministério entre os homens.

Apesar de ter o Espírito Santo suas
diferentes manifestações através dos “dons de curar”, ele é o “mesmo Espírito” que opera na
vida do crente.

Segundo Mc.16:17-18, a cura divina deve acompanhar a vida de todo aquele que crer.
“Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome expelirão demônios; falarão novas
línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma cousa mortífera beberem não lhes fará mal; se, impuserem
as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados”.

A cura divina foi anunciada na expiação, foi ordenada e praticada por Cristo; e esta
deve acompanhar a pregação do Evangelho.

a) A doutrina da cura divina

A cura é divina. Ela foi predita na expiação. “Mas ele foi traspassado pelas nossas
transgressões, e moído pelas nossas iniquidade; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas
suas pisaduras fomos sarados” (Is.53:5).

Foi praticada e ordenada por Cristo. Toda Igreja é ordenada por cristo a curar
(Mc16:15-18), cabendo aos obreiros proceder neste ministério (Tg.5:14).

Há aqueles que são agradecidos com os dons de curar, que são variações das
manifestações pelo mesmo Espírito como lhe convir. “E também há diversidade nos serviços,
mas o Senhor é o mesmo... A manifestação do Espírito é concedido a cada um, visando a um fim
proveitoso... a outro, no mesmo Espírito... dons de curar” (I Co.12:5,7,9).

A cura é manifestada através da oração da fé; “e a oração da fé salvará o enfermo, e o
Senhor o levantará” (Tg.5:15).

Uma ordem do crente em nome de Jesus; “em nome de Jesus
Cristo, o Nazareno, anda!” (At.3:6); e acompanha a pregação do evangelho.

No exercício da cura divina

É errônea a crença de que o crente dotado do poder e fé, possa curar a todos quantos
queiram. Eram muitos os que procuravam a Jesus por causa de suas enfermidades, mas nem
todos alcançavam a benção, por causa da incredulidade (falta de fé). Cristo foi impedido de
realizar curas em Nazaré por falta de fé do povo. “Não pôde fazer ali nenhum milagre, senão curar
uns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. Admirou-se da incredulidade deles.

Contudo, percorria as aldeias circunvizinhas, a ensinar” (Mc.6:5-6).

Mateus registra o seguinte, “e não fez ali muitos
milagres, por causa da incredulidade deles” (Mt.13:58).

Em João 5, vemos o tanque de Betesda, com cinco alpendres, onde jazia uma grande
multidão de enfermos, cegos, coxos e paralíticos a espera da cura. Porém Jesus dirigiu-se a
um paralítico há trinta e oito anos e o curou. Não tinha Cristo poder para curar a todos?

“Nestes jazia uma multidão de enfermos, cegos, coxos, paralíticos.... Estava ali um homem,
enfermo havia trinta e oito anos, Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim, havia
muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado?” (Jo.5:3,5-6,8).
Pontos importantes na cura

a. Toda cura divina só se opera no nome de Jesus (At.3:6), isto é, pela autoridade e poder
de Jesus Cristo.

b. Toda ela é efetuada mediante a fé (Lc.17:14; Mt.10:1,8).

c. Todo o seu realizar estar na vitória de Cristo no calvário (Is.53:5; Lc.13:32; Jo.17:4).

A cura em todos os tempos

A doutrina da cura fora prevista na expiação, em Cristo, numa predição do profeta
Isaías (Is.53:5).

Nos dias de Moisés, o povo havia pecado, porquanto havia falado contra Deus
e estavam morrendo picados pelas serpentes abrasadoras (Nm.21:6,7). Deus ordenou a Moisés
que fizesse uma serpente de bronze para todos os que fossem picados, olhassem para ela a fim
de serem curados (Nm.21:8,9). Estava ali a atuação do “mesmo Espírito” (I Co.12:4) na cura
divina, apontado a Cristo, o qual sendo levantado no madeiro nos confiaria o poder de curar
(Jo.3:14; Mt.10:1,8).

Jeremias também predisse a respeito de saúde e cura; “eis que lhe trarei... saúde e cura,
e os sararei; e lhes revelarei abundância de paz e segurança” (Jr.33:6).

Hoje temos, além da imutável promessa divina da restauração e cura do corpo, a qual
segue aqueles que crêem, a manifestação do Espírito Santo nos “dons de curar”.

b) A finalidade da cura divina

Tudo debaixo do céu e em cima no céu, tem um propósito e finalidade. Vejamos as
três finalidades básicas na
cura divina:

a. A manifestação do Espírito na vida do crente (I Co.12:7) visando a um fim
proveitoso.

b. A edificação da Igreja e expansão do evangelho (At.2:43,47; 28:8-10).

c. A glorificação do nome do Senhor (Jo.9:3; At.3:7-8).

A cura divina tem se efetuado de diferentes formas e manifestações através dos
tempos, vindas diferentemente da parte de Deus (Gn.20:17; Ex.15:26; da parte do filho
(Jo.4:46); como dom do Espírito Santo (I Co.19:9-10); através dos apóstolos(da Igreja)
(At.14:8-10; 8:7; 2:8.

A cura no Evangelismo

Gloriosamente usada na Igreja primitiva, redundava em espetaculares resultados na
vida da Igreja, mas especificamente na propagação do evangelho. “Em cada alma havia temor; e
muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Louvando a Deus, e contando com
a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo
salvos” (At.2:43,47).

A cura parece estar ligada, de uma forma especial, ao ministério da palavra (At.8:6-7).
Muitas vezes, servia para abrir portas na obra evangelística.

“Aconteceu achar-se enfermo de disenteria, ardendo em febre, o pai de Públio.
Paulo foi visitá-lo e, orando, impôs-lhes as mãos e o curou
. A vista deste
acontecimento, os demais enfermos da ilha vieram e foram curados, os quais nos
distinguiram com muitas honrarias; e, tendo nós de prosseguir viagem, nos puseram
a bordo tudo o que era necessário” (At.28:8-10).

A operação da cura divina sempre foi atração do povo à Cristo e a sua Igreja.
“E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E no mesmo
instante lhe desapareceu a lepra. Porém, o que se dizia a seu respeito cada vez mais
se divulgava, e grandes multidões afluíam para ouvi-lo e serem curadas de suas
enfermidades” (Lc.5::13,15).

“Parindo Jesus dali, foi para junto do mar da Galileia; e, subindo ao monte,
assentou-se ali. E vieram a ele muitas multidões trazendo consigo, coxos, aleijados,
cegos, mudos e outros muitos, e os largaram junto aos pés de Jesus; e ele os curou”
(Mt.15:30).

“E, percorrendo toda aquela região, traziam em leitos os enfermos, para onde
ouviam que ele estava. Onde quer que ele entrasse nas aldeias, cidades ou campos,
punham os enfermos nas praças, rogando-lhe que os deixasse tocar ao menos na
orla da sua veste; e quantos a tocavam saíam curados” (Mc.6:55,56).

“ E Crescia mais e mais a multidão de crentes, tanto homens como mulheres,
agregados ao Senhor, a ponto de levarem os enfermos até pelas rus e os colocarem
sobre leitos e macas, para que, ao passar Pedro, ao menos a sua sombra se
projetasse nalguns deles. Afluía também muita gente das cidades vizinhas a
Jerusalém, levando doentes e atormentados de espíritos imundos, os quais eram
todos curados” (At.5:14-16).

A cura divina na Igreja

Não seria necessário mais comentário sobre o assunto diante do que já estudamos
neste capítulo, onde todos esses cenários miraculosos tem se desenrolados na igreja e pela
igreja do Senhor.

Não há nenhuma indicação na Bíblia que sejam privativos somente aos
apóstolos, porém cabe-nos dizer a Igreja e cada crente em particular que a cura divina nas
diversas manifestações do Espírito Santo, é a cooperação do Cristo com a Igreja, e a prova de
nossa fé.

Tiago nos admoesta com respeito da fé sem obras (Tg.2:17-18,20).

c) Tipos de flagelos e curas

Usamos aqui o termo flagelo e não doenças por se tratar a cura divina não somente do
corpo físico, mas também do espírito e alma.

São conhecidos três tipos ou origens de flagelos: psicossomáticas, medicinais
(distúrbios orgânicos, mentais, físicos, hereditários) e diabólicas. Para todos estes flagelos
existe a cura divina, a única a exercer poder sobre eles.
Importante sabermos que também há a cura psicossomática, a cura medicinal e a cura
diabólica.

A cura divina não é psiquismo, pois ela é a energia de Deus operando no cristão. Não
há referências bíblicas a poderes magnéticos, psíquicos ou mentais na cura divina. Pedro
enfatizou que as curas operadas pelos cristãos são puramente divina.
“À vista disto, Pedro se dirigiu ao povo, dizendo: Israelitas, por que vos maravilhais
disto, ou por que fitais os olhos em nós como se pelo nosso próprio poder ou
piedade o tivéssemos feito andar? O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus
de nossos pais, glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós traístes e negastes perante
Pilatos, quando este havia decidido soltá-lo. Vós, porém, negastes o Santo e o Justo,
e pedistes que vos concedessem um homicida. Dessarte matastes o Autor da vida, a
quem Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas. Pela fé em
nome de Jesus esse mesmo nome fortaleceu a este homem que agora vedes e
reconheceis; sim, a fé que vem por meio de Jesus, deu a este saúde perfeita na
presença de todos vós” (At.3:12-15).

Conclusão

Neste capítulo aprendemos que a cura divina faz parte dos sinais que seguem aqueles
que crêem. Esses sinais foram dados para manifestação do Espírito Santo na vida do próprio
Cristo e sua igreja, bem como para a glória de Deus. Ela é a prova da divindade de Cristo.
João enviou mensageiros a saber: “És tu aquele que estava para vir, ou esperaremos
outro?”. A resposta de Cristo foi: “Ide, anunciai a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem,
os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e
aos pobres anuncia-se-lhes o evangelho.” (Lc.7:20,22).
Essas realizações miraculosas foi-nos conferidas por Cristo (Mt.28:18; Lc.10:9,19); e
seguir-se-ão até a sua vinda.



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